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Será que um experimento social pode realmente mudar a dinâmica dos encontros?

A promessa dos aplicativos de relacionamento era simples: facilitar encontros e aproximar pessoas. Mas, após uma década de dominação dos swipes, a Geração Z está dando um passo para trás. Em 2023, 9 em cada 10 jovens se afastaram dos apps de namoro, segundo dados da Savanna. No Brasil, o número de usuários ativos mensais do Tinder caiu 8% em 2024, enquanto o Bumble até cresceu 24%, mas ainda tem uma base dez vezes menor.

O motivo? A sensação de exaustão, superficialidade e falta de conexão verdadeira. Conversas que não evoluem, ghostings recorrentes e uma lógica de consumo afetivo que mais parece um marketplace de pessoas do que um espaço para trocas significativas. Enquanto os números caem, um movimento discreto começa a ganhar força. Marcas como Pear Ring e Inner Circle estão propondo alternativas curiosas — e mais humanas.

O incentivo que faltava?

Pear Ring incentiva pessoas solteiras a usarem um anel verde discreto para sinalizar que estão abertas a conhecer alguém. Já o Inner Circle, app europeu de relacionamentos, criou um sistema de meias azuis para quem busca se conectar durante corridas, treinos ou caminhadas em grupo.

A lógica é simples: e se a gente voltasse a conhecer pessoas na vida real, mas com pequenos códigos de identificação que facilitassem o primeiro contato?

Essas iniciativas não surgiram do nada. Se pararmos para analisar uma pesquisa feita pelo Inner Circle:

  • 89% dos membros disseram que gostariam de identificar outros solteiros durante atividades físicas.
  • 3 em cada 4 solteiros preferem conhecer alguém pessoalmente.
  • Mas 61% sentem medo de rejeição ao abordar alguém ao vivo.

O dado é revelador: a vontade de sair da tela existe, mas o bloqueio emocional ainda é grande. A tela protege, mas também limita.

Pear Ring
Fonte: Dazed Magazine, Pear Ring

Os aplicativos facilitaram a vida social de muita gente, mas também criaram um novo tipo de frustração: o excesso de opção que não leva a lugar nenhum. No conforto da gamificação, muitos acabam entrando em ciclos de validação, dopamina e ansiedade — e não necessariamente em um relacionamento. Os apps diminuem a dor da rejeição, mas transformam o relacionamento em um jogo”, resume o estudo do Inner Circle. Em outras palavras, trocamos o risco pelo entretenimento — e a intimidade pelo algoritmo.

Uma declaração no site da Pear diz: Se 1,2 bilhões de solteiros ao redor do mundo usassem um pequeno anel verde no dedo para mostrar que estão solteiros, não precisaríamos de aplicativos de namoro. A conexão na vida real é a missão.

O futuro do romance pode ser offline?

Movimentos como Pear e Inner Circle buscam promover conexões genuínas, longe das telas e do medo da rejeição. Eles oferecem uma forma mais autêntica de iniciar conversas e enfrentar a rejeição real, sem se esconder por trás dos aplicativos. Diante da desmotivação com os apps e a falta de conexões reais, é hora de repensar como nos conectamos. Talvez um experimento social seja a chave para redescobrir o prazer de flertar e formar laços genuínos na vida real.

Se eles irão vingar? Apenas o tempo dirá

 

 

 

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