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Couchsurfing: como funciona e por que você deveria considerar na sua próxima viagem

Se você está pesquisando como viajar barato e viver experiências mais autênticas pelo mundo, provavelmente já esbarrou no Couchsurfing — uma plataforma que conecta viajantes a moradores locais dispostos a oferecer hospedagem gratuita. Mas, como tudo que envolve trocas humanas, o Couchsurfing tem nuances que merecem atenção.

Usei o Couchsurfing em três viagens até agora, e em todas fui hospedada por homens. Não tive nenhum problema em nenhuma dessas experiências — e acredito que isso se deve, em parte, à forma como escolhi meus anfitriões: sempre com muitas avaliações positivas, especialmente de outras mulheres.

Dito isso, é importante ser realista: cada pessoa vai viver o Couchsurfing de uma forma diferente. Já ouvi relatos negativos tanto de mulheres quanto de homens — incluindo situações em que anfitriões confundem a proposta da plataforma com algo mais próximo de um app de relacionamento. Por isso, vale repetir: o cuidado com a escolha do host é essencial.

Antes de fechar essa aba achando que é furada, respira. A proposta do Couchsurfing é linda quando acontece como deveria: é sobre hospitalidade, troca cultural, amizade e confiança. Por isso, neste artigo, te convido a conhecer mais sobre como o Couchsurfing funciona, seus benefícios, riscos reais e como se preparar para viver a experiência da melhor forma possível.

O que é Couchsurfing?

O Couchsurfing é uma plataforma online que conecta viajantes a moradores locais dispostos a oferecer hospedagem gratuita — literalmente. Não há cobrança nem expectativa de troca por tarefas voluntárias. Às vezes, o espaço oferecido é um sofá; outras vezes, um colchão no chão ou um quarto extra. Mas o que realmente importa aqui não é o lugar onde você dorme — e sim a troca que acontece ali.

Pode parecer estranho imaginar alguém abrindo as portas da própria casa para uma pessoa totalmente desconhecida, mas acredite: acontece, e muito. E é mais comum do que parece.

Usei o Couchsurfing três vezes até agora — duas no Vietnã e uma em Nova York. Em Nova York e na primeira vez no Vietnã, meus anfitriões explicaram que haviam usado bastante a plataforma como viajantes e viam essas hospedagens como uma forma de devolver algo à comunidade. Já meu segundo host vietnamita nunca havia saído do país. Ele simplesmente curtia conhecer gente nova e aproveitava as visitas para praticar inglês com seus alunos de música. Nesse caso, ele me pediu se eu podia ajudá-lo com isso — topei na hora e acabei até cozinhando brigadeiro pra eles. Foi incrível.

Sendo bem honesta, eu inicialmente procurei o Couchsurfing para economizar com hospedagem e, em um dos casos, também para fugir do agito de hostel e descansar. Mas no Vietnã acabei gastando até mais — porque fiquei longe do centro e saí bastante com meu host. Ou seja: o objetivo inicial não rolou exatamente como esperado, mas sem arrependimentos.

Como funciona o Couchsurfing?

Após criar um perfil (custo de R$25/mês ou R$100/ano), você pode buscar anfitriões na cidade que pretende visitar.

Cada perfil vem com avaliações de outros viajantes, fotos e descrições que ajudam a entender quem está do outro lado da tela e o que você vai receber (um quarto privado, um sofá na sala ou um quarto compartilhado, por exemplo). Se você se identificar, é só combinar os detalhes e… voilà: hospedagem garantida. Garanta que você tem interesse em comum com essas pessoas e de ler todas as regras. Por exemplo: Se a pessoa é vegetariana e escreveu que não pode cozinhar carne na casa dela, você vai precisar respeitar.

Além da hospedagem, o Couchsurfing também oferece eventos locais e meetups — ideais pra quem quer socializar sem necessariamente dormir na casa de alguém.

Como montar um bom perfil no Couchsurfing

Seu perfil é o seu cartão de visita — e, na plataforma, ele vale mais do que mil mensagens genéricas. Invista tempo preenchendo tudo com atenção: fale sobre seus interesses, estilo de vida, por que está usando o Couchsurfing e o que você gosta de compartilhar com outras pessoas. Seja honesto, autêntico e humano.

Fotos importam: inclua imagens que mostrem você em contextos reais (viagens, hobbies, amigos), evite fotos muito posadas ou genéricas. Isso ajuda a passar confiança.

Outra dica importante: avalie quem já te hospedou ou te recebeu. As avaliações são o que mantém o ecossistema funcionando — e quanto mais detalhadas e verdadeiras forem, melhor para todo mundo.

Couchsurfing é seguro?

Segurança é uma preocupação válida, e a própria comunidade do Couchsurfing é parte essencial desse cuidado. Antes de aceitar ou enviar pedidos de hospedagem, SEMPRE leia as avaliações (reviews), veja o perfil completo do anfitrião e, se possível, entre em contato com outros viajantes que já ficaram com a pessoa. A transparência e o respeito mútuo são fundamentais na plataforma.

Evite perfis com poucas referências, informações vagas ou sem foto. Dê preferência para quem demonstra real interesse em trocas culturais — e não só em “conhecer pessoas novas” de um jeito meio vago demais, sabe? Mande uma mensagem personalizada explicando por que quer se hospedar com aquela pessoa. Nada de copiar e colar textos genéricos — a maioria dos hosts ignora esse tipo de pedido e muitas colocam um código o final do perfil para se certificar de que você leu tudo até o fim.

Vantagens do Couchsurfing

  • Hospedagem gratuita, ideal pra quem viaja com orçamento reduzido. Eu economizei uma grana ficando quatro dias em Nova York pertinho do Central Park.

  • Imersão cultural real, longe dos roteiros turísticos.

  • Novas amizades além do óbvio e a chance de conhecer a cidade com o olhar de quem mora nela.

  • Acesso a dicas locais que você não encontra em guias de viagem.

Como ser um bom hóspede no Couchsurfing

Antes de tudo, é bom lembrar: você está ficando de graça — mas isso não é um hotel. Em grande parte dos casos, a pessoa que te recebe está ali justamente pela troca. Isso significa que ela provavelmente vai querer conversar, sair para comer ou até te mostrar algum cantinho da cidade. E essa é a beleza da experiência. Já ouvi de anfitriões falando que a pessoa chegava e saia sem nem falar “bom dia”.

Seja respeitoso com o espaço e a rotina do anfitrião. Pergunte se pode usar a cozinha, mantenha o ambiente limpo, e não trate a casa como se fosse uma acomodação paga. Também não custa trazer um mimo simbólico do seu país, cozinhar um prato típico, ou simplesmente oferecer uma boa conversa com escuta atenta — são essas pequenas coisas que transformam a estadia em algo memorável pros dois lados.

Também vale combinar bem os limites desde o começo: tem anfitrião que adora sair junto, tem quem prefira manter mais privacidade. Perguntar é sempre melhor do que assumir. O importante é manter o equilíbrio entre a liberdade do viajante e o acolhimento do anfitrião.

 

 

 

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