Se você está planejando um mochilão de 30 dias pelo Vietnã, talvez já tenha percebido que o país é mais extenso — e intenso — do que parece. Este não é um guia turístico clássico. Aqui, compartilho minha experiência pessoal viajando do Sul ao Norte, com muitas paradas fora do óbvio, hospedagens via Couchsurfing e uma vibe de quem quer conhecer com calma.
Mesmo assim, incluo também dicas de lugares que não visitei, mas que outros mochileiros me recomendaram — porque o que não cabe no meu roteiro pode ser essencial no seu.
Dica rápida: Se você quer conhecer o Vietnã inteiro em 30 dias, passando por todas as regiões (Sul, Centro e Norte), considere rever o tempo. Dá pra fazer? Sim. Mas você provavelmente vai correr mais do que curtir.
À primeira vista, o formato estreito do Vietnã pode enganar. Mas o país é longo — são mais de 40 horas de estrada do sul ao norte. Para comparar, o Vietnã tem uma extensão parecida com a do Japão (incluindo Hokkaido) ou quase toda a Costa Oeste dos EUA.
Minha entrada no Vietnã foi por terra, saindo de Phnom Penh (Camboja) direto para Ho Chi Minh City. É uma rota bastante comum, operada por várias empresas de ônibus. A fronteira onde cruzei se chama Môc Bài. Por precaução, tirei o visto eletrônico (e-visa) com antecedência, mas a boa notícia é que nessa fronteira é possível emitir o visto na hora.
Atenção: Nem todas as fronteiras terrestres aceitam o e-visa. Pesquise antes. Inclusive, pesquisa quando for para se certificar de que ainda é possível tirar o visto na hora pela Môc Bai.
Você pode comprar a passagem pelo site 12Go Asia, mas vale a pena verificar o nome da empresa listada ali e tentar comprar direto no site oficial dela — às vezes sai mais barato. Se você estiver vindo do Laos, a entrada costuma ser por Hanói. Já quem chega de avião, as principais portas de entrada são os aeroportos internacionais de Ho Chi Minh (SGN) e Hanói (HAN).
Valores atualizados de 2023:
Valor do visto: US$ 25 (entrada única, validade de 30 dias – referência de 2024)
Empresa de ônibus: Capitol
Valor da passagem Phnom Penh → Ho Chi Minh: cerca de US$ 30
Duração da viagem: entre 12h e 16h
Se locomover pelo Vietnã é mais simples (e barato) do que parece. Além de apps como o Grab e o Gojek — equivalentes locais ao Uber —, o país conta com uma rede eficiente de ônibus e trens que conectam praticamente todas as regiões.
O sistema rodoviário é bem desenvolvido, e o preço costuma ser justo. Uma dica importante: as reservas não são confirmadas instantaneamente. A maioria dos sites de passagens precisa entrar em contato com a empresa de ônibus por telefone antes de emitir seu ticket. Isso pode levar algumas horas, então evite deixar para comprar de última hora.
Alerta de perrengue real: no meu último dia de visto, quase fiquei presa na fronteira porque a passagem para o Laos que eu achava que tinha comprado… nunca foi confirmada por e-mail e o pagamento no meu cartão estava pendente. A linha, inclusive, já nem existia mais.
Você também pode comprar passagens:
Na recepção de hotéis e hostels (eles costumam ligar direto para as operadoras);
Em agências locais de turismo, facilmente encontradas em áreas com fluxo turístico.
Algumas empresas vendem passes hop-on hop-off para circular pelo Vietnã inteiro, com flexibilidade de embarque. Muita gente gosta pela praticidade, mas eu preferi reservar cada trecho separadamente — me deu mais liberdade de mudar o plano de última hora, o que acontece bastante numa viagem de 30 dias.
A moeda oficial é o dong vietnamita (VND), e a conversão pode parecer surreal: cerca de R$1 = 4.500 VND (cotação de 2024). Isso significa que você vai lidar com notas enormes e muitos zeros — é fácil se confundir no começo, então vale a pena gastar um tempinho entendendo como os valores funcionam nos primeiros dias.
Dica prática: muitas notas são parecidas. Preste atenção antes de pagar — e sempre confira o troco.
A maioria dos caixas eletrônicos (ATMs) limita o saque a 2 milhões de VND por transação, o que parece muito, mas equivale a aproximadamente R$440. Eu usei o cartão da Wise, que facilitou muito os saques logo na chegada e evitou taxas abusivas. É uma opção excelente para quem vai passar por vários países.
Eu gastei cerca de $1000 dólares para um mês (sendo meus maiores gastos com o transporte de ônibus + Ha Giang Loop + Trekking em Sapa), mas da para gastar bem menos, assim como bem mais. Tudo depende do seu estilo de viagem.
Preciso ser honesta: o Vietnã não me conquistou logo de cara. Assim que cheguei, alguns pontos turísticos mais famosos, como o Delta do Mekong, podem parecer experiências “turistão” demais — quase uma fábrica de excursões. Esses lugares, muitas vezes superlotados e muito preparados para o turismo em massa, podem distorcer a imagem do país. Mas, agora que paro para pensar, o Vietnã é um país que vale a pena ser visitado. Você só precisa saber para onder ir.
Saber quando ir ao Vietnã pode fazer toda a diferença na sua experiência de viagem. O país tem um clima tropical e está sujeito a fortes chuvas durante a época das monções, que vai de junho a outubro. Nesse período, as chuvas são intensas e constantes — um amigo meu, por exemplo, teve que pegar um voo para Hanói porque a região central estava completamente alagada.
Já de novembro a fevereiro, o clima muda: é a estação seca, considerada por muitos a melhor época para visitar o Vietnã. Apesar de ser o “inverno”, a maior parte do país continua quente, com exceção do norte, onde pode esfriar um pouco. Ainda assim, é uma ótima época para explorar tanto as grandes cidades quanto o interior.
A partir de março, as temperaturas começam a subir bastante, especialmente no sul. Então, se sua prioridade for evitar tanto o calor extremo quanto as chuvas pesadas, os meses de novembro a fevereiro são ideais.
Dica: quer saber o que não pode deixar de experimentar durante sua viagem? Dá uma olhada nesse outro post aqui com dicas imperdíveis do que fazer no Vietnã.
Quando você estiver fazendo um mochilão pelo Vietnã, cedo ou tarde alguém vai te perguntar: “Você está indo para o Sul ou para o Norte?”
É quase um código entre viajantes. A rota é praticamente a mesma para todo mundo — o que muda é a direção e o que você faz dela. Eu comecei do Sul para o Norte, mas se pudesse voltar, talvez fizesse o contrário. Assim teria passado mais tempo nas regiões que mais gostei, especialmente o Norte, e menos no centro, que foi mais “ok”.
A geografia do país também facilita muito para quem viaja sozinho. Como todo mundo vai na mesma direção (só que ao contrário), é comum encontrar os mesmos rostos em diferentes cidades. É fácil fazer amigos e seguir viagem juntos — uma vibe que define bem o mochilão no Vietnã.
Aqui vai um roteiro de Sul a Norte, com as principais paradas, quantos dias ficar e o que vale a pena fazer em cada lugar. Aqui vai uma lista com as principais paradas no Vietnã, e asterisco nos lugares por onde eu passei. Abaixo, você encontra o roteiro detalhado com dicas práticas e sugestões de quantos dias ficar em cada lugar, pra quem quiser se inspirar.
Ho Chi Minh City (Saigon) I 2 a 3 dias
O caos organizado do Vietnã. Ideal pra quem quer começar entendendo o ritmo das grandes cidades asiáticas. Tem bons museus e comida de rua incrível.
Da Lat I 2 dias
Uma cidade nas montanhas, com clima mais ameno e bastante verde. Ótima para dar uma pausa no calor e fazer trilhas ou passeios de moto.
Ilha Phu Quoc (opcional) I 3 dias
Se quiser praia com água cristalina, esse é o lugar. Fica mais afastada da rota clássica, mas é perfeita para descansar antes de subir.
Hoi Na I 3 dias
Um dos lugares mais bonitos e turísticos do Vietnã. As lanternas à noite criam um cenário mágico. Dá pra costurar roupas sob medida por preços ótimos.
Hue I 1 a 2 dias
Antiga capital imperial com ruínas históricas e muita herança cultural. Vale uma parada curta no caminho entre Hoi An e Phong Nha.
Phong Nha I 2 dias
Conhecida por suas cavernas gigantescas. Algumas das maiores do mundo estão aqui. Ótimo lugar pra quem curte aventura e natureza.
Ninh Binh I 2 dias
Às vezes chamada de “Halong Bay terrestre”, com paisagens incríveis de rios, arrozais e paredões de calcário. Relaxante e fotogênica.
Cat Ba / Halong Bay I 2 dias
A base alternativa pra conhecer Halong Bay sem cair nas armadilhas de turismo de massa. Dá pra fazer tours mais tranquilos e dormir num barco.
Sapa I 2 a 3 dias
Trilhas entre arrozais em terraços e vilas de minorias étnicas. Se quiser contato com uma parte mais tradicional do país, esse é o lugar.
Ha Giang Loop I 3 a 5 dias
A estrada mais linda do país. Se for pilotar, prepare-se pra paisagens absurdas, vilarejos remotos e aquele tipo de liberdade que só uma roadtrip oferece.
Hanoi I 2 a 3 dias
Capital do país e ponto final (ou inicial) de muita gente. Cultura, caos, cafés, e uma energia única. Ótima pra fechar o roteiro com intensidade.
Antiga Saigon, Ho Chi Minh é uma metrópole caótica, quente e cheia de energia. É onde muita gente começa (ou termina) a jornada pelo Vietnã. E apesar do trânsito enlouquecido e do calor úmido, tem muita coisa interessante pra ver — especialmente se você curte história e cultura urbana.
O que você precisa conhecer:
Museu dos Vestígios da Guerra (War Remnants Museum): Um dos museus mais impactantes do Vietnã. As fotos e relatos sobre a Guerra do Vietnã são fortes, mas essenciais pra entender o país. Vá com tempo e prepare-se emocionalmente.
Cu Chi Tunnels: Um sistema de túneis usado durante a guerra pelos vietcongues. Você pode visitar com um tour saindo da cidade e até entrar em alguns trechos dos túneis. Aparentemente tem um outro túnel menos turístico (mais distante) e mais fiel a realidade, uma vez que o Cu Chi foram adaptados pare receber turistas, inclusive tendo o tamanho do tuneis abertos. Eu não consegui encontrar uma excursão. Tome cuidado para não cair no conto do turista sem noção e ficar fazendo pose sorrindo dentro dos túneis.
Rua Bui Vien: A rua mais caótica e turística da cidade. Não é o tipo de lugar onde eu passaria a noite toda, mas vale a pena observar o caos: música alta, bares sem fim, vendedores ambulantes e muita gente de todo tipo.
Se tiver tempo sobrando:
Tour gastronômico de moto: Fiz com o Saigon Vibes pelo número +84 36 600 4442. Você vai na garupa da moto com um guia local, parando em até dez lugares diferentes pra provar comidas típicas. Uma das experiências mais legais que tive.
Saigon Post Office: Um dos cartões-postais da cidade. A arquitetura é linda, vale passar por lá.
The Cafe Apartments: Um prédio antigo transformado em vários cafés empilhados um sobre o outro. Super fotogênico e curioso.
ChinaTown (Cholon): Menos turístico, mais local. Ótimo se você quiser sair um pouco da rota comum.
Palácio da Reunificação (Independence Palace): Outro lugar cheio de história. Se você curte Guerra Fria, vai gostar.
Vinhomes Central Park: Um parque moderno à beira do rio com vista pra um skyline bem high-tech. Dá pra fazer uma pausa e observar o contraste com o resto da cidade.
Museu da Medicina Tradicional Vietnamita (FITO Museum): No Distrito 10, é um dos museus menos visitados, mas superinteressante.
Tan Dinh Church (Igreja Rosa): Uma igreja cor-de-rosa pastel que parece saída de um filme.
Book Street: Uma rua só de livrarias e cafés — perfeita pra quem quer um respiro.
Dam Sen Water Park: Meio aleatório, mas se você estiver com calor e tempo sobrando, por que não?
Onde me hospedei? Tigon Dalat Hostel – US$1 por noite
Sim, um dólar. Básico, mas suficiente. Como a cidade atrai muitos mochileiros, é fácil achar opções baratas e com tours saindo direto dos hostels.
Escondida nas Terras Altas Centrais, Da Lat é quase como o primo excêntrico dos destinos mais tropicais do Vietnã. Antigamente um refúgio dos colonizadores franceses, a cidade tem uma arquitetura que foge completamente do estereótipo vietnamita — telhados inclinados, jardins floridos e um clima de serra. É um bom lugar para quem busca algo diferente do mar, mas não espere um mergulho profundo na cultura tradicional vietnamita.
O que você precisa conhecer:
Crazy House: Uma mistura de arte, arquitetura psicodélica e conto de fadas maluco. A visita é rápida, mas rende fotos surreais.
Maze Bar + Cu Ru Bar: O Maze Bar é exatamente isso: um bar em forma de labirinto, com caminhos escuros e decoração psicodélica. Depois, emende no Cu Ru Bar — música ao vivo e uma vibe bem local. Foi uma das noites mais divertidas que tive na cidade – vídeo abaixo.
Secret Tour: Uma experiência meio fora do radar que rola de forma mais boca a boca. Vale perguntar no hostel se ainda está rolando.
Cachoeira Datanla + Dalat High Ropes: Uma cachoeira acessível com a opção de fazer o percurso suspenso do High Ropes — trilhas, pontes de corda e tirolesas. Ótimo pra quem curte aventura.
Se tiver tempo:
Mosteiro Truc Lam: Um templo budista que fica acima do lago de mesmo nome. Dá pra chegar de teleférico e curtir a vista no caminho. Talvez seja interessante se você está começando a viajar pela Ásia agora e ainda não viu nenhum templo budista.
Mercado Noturno de Da Lat: Não é muito diferente de outros mercados no país, mas foi onde achei um casaco de inverno por 7 dólares que me salvou no Ha Giang Loop.
Teleférico de Da Lat: Uma vista panorâmica bonita da cidade e dos arredores. Rápido e tranquilo, ideal pra um fim de tarde.
Se você curte trilhas, rapel, caiaque ou canyoning, Da Lat oferece muitas opções — pergunte no seu hostel pelos passeios disponíveis e negocie direto com eles.
Onde me hospedei? Tigon Dalat Hostel – US$1 por noite
Sim, um dólar. Básico, mas suficiente. Como a cidade atrai muitos mochileiros, é fácil achar opções baratas e com tours saindo direto dos hostels.
Hoi An é charmosa, fotogênica e cheia de história. A cidade antiga, com suas lanternas coloridas e casas coloniais, atrai viajantes do mundo todo.
O que você precisa conhecer:
Precious Heritage Art Gallery: Uma galeria incrível com retratos e trajes tradicionais de diferentes grupos étnicos do Vietnã. É gratuita e muito bem curada.
Old Town: É onde a vida noturna acontece. Caminhar por ali à noite é uma experiência por si só. Mas cuidado: rola uma máfia de motorbike taxis. Evite pegar mototáxis por perto, principalmente à noite.
Reaching Out Coffee: Um café calmo e silencioso, todo operado por pessoas com deficiência auditiva. Um espaço acolhedor e com propósito.
Song Bien Xanh Bar: Bar simples, cerveja barata e vista legal para o rio. Uma boa parada fora do circuito óbvio.
Alugar uma bicicleta e explorar Cam Kim: Passe pelos campos de arroz, tome um café na Eco Farm e veja um lado mais tranquilo da cidade.
Ter uma roupa feita sob medida: Hoi An é conhecida por suas alfaiatarias. Há opções para todos os bolsos, e vale pelo menos experimentar uma peça feita sob medida.
Cao Lau no Cao Lau Ba Le: Prato típico da região, com noodles únicos. O restaurante é tradicional e bem acessível.
Banh Mi Queen: Simples, delicioso e barato. Um dos melhores banh mis que comi na viagem.
Relaxar na praia: Não é a praia mais paradisíaca do Vietnã, mas quebra um galho pra descansar e fugir do calor.
Se tiver tempo:
Faça sua própria lanterna vietnamita: Oficina na The Lantern Lady — ótima opção pra quem curte colocar a mão na massa.
Aula de culinária: Há diversas escolas, e muitas incluem ida ao mercado local. Ideal pra quem quer se aprofundar na cultura culinária vietnamita.
Restaurante Morning Glory: Mais turístico, mas bem recomendado. Vale a pena se quiser uma experiência mais “gourmet”.
Onde me hospedei? Fiquei em couchsurfing, mas ouvi boas recomendações do Fuse Old Town — bem localizado e com quartos decentes, ideal pra quem não é muito exigente.
De Hoi An para Hue:
Você pode pegar um ônibus direto ou fazer o trajeto pelo Hai Van Pass — uma estrada cênica de cerca de 20 km entre Da Nang e a província de Hue. Dá pra fazer de moto ou van com outros viajantes. A vista compensa.
Hue costuma ser apenas uma parada rápida no roteiro da maioria dos viajantes, mas se você tiver tempo (ou se estiver de Couchsurfing como eu), vale dar uma chance à cidade. Ela já foi a capital imperial do Vietnã, então carrega bastante história — misturada com uma vibe mais alternativa e até um tanto melancólica.
O que você precisa conhecer:
Parque Aquático Abandonado (Ho Thuy Tien): É meio surreal: um parque aquático tomado pela natureza. Virou hotspot alternativo, e o clima é tão estranho quanto fotogênico.
Be Cafe (Jazz Café + Hospedagem): Um jazz café super acolhedor, foi onde me hospedei. Recomendo muito — o ambiente é artístico, a galera local e o som ao vivo criam uma vibe única.
Ca Phe Muoi CS1: Um café com sal (sim, sal!) no estilo bem local, nada turístico. Um dos meninos do Be Cafe me levou — experiência autêntica e sabor curioso.
Banh Xeo Lang Chuon Hang Lien: Restaurante simples, mas com um dos melhores banh xeo (panqueca vietnamita) que provei.
The Imperial City Tour: Patrimônio da Unesco e um dos complexos históricos mais importantes do país. Dá pra passar horas explorando muralhas, templos e histórias imperiais.
Lojas vintage: Se curte garimpo, vale visitar lojas como Rintage e CrowDown Vintage Stores — são ótimas pra encontrar peças únicas e fugir do fast fashion.
Se tiver tempo:
Thien Mu Pagoda: Uma das pagodas mais antigas e importantes do Vietnã. Às margens do Rio Perfume, o passeio até lá também é agradável.
Chuon Village Market: Menor e mais local — ótimo pra quem quer observar o cotidiano sem multidões.
Onde me hospedei? Fiquei em couchsurfing, mas ouvi boas recomendações do Fuse Old Town — bem localizado e com quartos decentes, ideal pra quem não é muito exigente.
Phong Nha é aquele tipo de lugar que quase passa despercebido no mapa, mas surpreende. Eu acabei não indo, pois os passeios seriam muito caros. É famosa por abrigar algumas das maiores cavernas do mundo, mas também tem uma vibe tranquila de cidade pequena, perfeita pra dar uma pausa do caos. Aqui, vou compartilhar as dicas que recebi de quem foi.
O que você precisa conhecer:
Paradise Cave: Um dos pontos altos de Phong Nha. A caverna é gigante e bem estruturada, com passarelas de madeira que facilitam a exploração. Impossível não se impressionar.
Dark Cave (Hang Toi): Aventura total: tirolesa, banho de lama e nadar no escuro com lanterna. É turístico, sim, mas vale se quiser uma experiência mais adrenalina.
Duck Stop: Um lugar meio aleatório onde você alimenta patos e tira fotos com um chapéu de palha… bizarro, engraçado e inesperadamente divertido. Uma daquelas experiências que você só encontra no Vietnã.
Bamboo Chopsticks Restaurant: Pequeno restaurante familiar com comida deliciosa e preços justos. Atendimento simpático — daqueles lugares onde você se sente em casa.
Thung Lung Ngoc Bich (Hidden Gem): Um parque aquático natural pouco conhecido, frequentado quase só por locais. Toboáguas improvisados, água transparente e clima 100% relax. Ótimo pra fugir da rota turística e viver um pouco do cotidiano vietnamita.
Recomendações de hospedagem: Central Backpackers Hostel – Café da manhã gratuito e… cerveja liberada por uma hora. Isso por si só já atrai metade dos mochileiros. A outra metade vai pelo clima social e staff animado.
Ninh Binh é conhecida como a “Halong Bay terrestre” por causa das formações rochosas que se erguem no meio de campos alagados e plantações de arroz. O ideal é se hospedar em Tam Coc, que é mais afastado do centro e muito mais agradável. Tem paisagens cinematográficas e uma vibe tranquila — perfeita pra quem quer desacelerar.
O que você precisa fazer:
Passeio de barco em Tra Ang: Existem duas rotas de barco conhecidas, mas a que vale mesmo é a de Tra Ang (a mais longa e distante). Dura cerca de 2 horas e passa por cavernas e formações rochosas absurdas. Vá no começo da manhã ou fim da tarde pra evitar as multidões. Eu me senti um pouco incomodada porque nossa “barqueira” era uma senhora, ou seja, ela remava para nos navegar nas águas, por isso decidimos ajudar ela e ir revezando entre nós. Seja legal.
Hang Mua (Mua Cave Viewpoint): A escadaria é puxada, mas a vista do topo compensa. Minha dica: alugue uma bicicleta e vá pedalando até lá, cruzando os campos de arroz. O caminho é tão bonito quanto o destino.
Se tiver tempo:
Ngoc Vegan Restaurant – comida vegana simples e deliciosa.
Indian Place Restaurant – se estiver com saudade de tempero mais marcante.
Karaoke Bus – literalmente um ônibus com karaokê
Ninh Hai Village – menos turístico e ótimo pra quem quer explorar o campo e ver o estilo de vida rural vietnamita de perto.
Recomendações de hospedagem:
Banana Tree Hostel
A localização é ótima e o hostel tem uma energia animada, com direito a área externa perto do rio e até eventos à noite. Ótimo ponto de encontro com outros viajantes.. Eu acabei ficando no XXXX porque não reservei com antecedência. Limpo e simples com bicicletas gratuitas.
Phu Quoc é uma ilha no extremo sul do Vietnã, famosa pelas praias de água morna e por ser um dos poucos lugares no país onde você pode ver o pôr do sol no mar. O turismo por aqui é mais estruturado e voltado para resorts, mas ainda é possível viver a ilha com um pé na areia e outro na estrada de terra.
O que fazer:
Alugar uma moto e explorar a ilha por conta própria é a melhor forma de circular por Phu Quoc. As estradas são tranquilas e dá pra ver praias desertas, vilarejos de pescadores e florestas no caminho.
Sao Beach (Bãi Sao): É considerada a praia mais bonita da ilha. Areia branca, água azul-clara — aquele visual de cartão-postal. Só prepare-se para pagar mais caro em tudo por lá.
Mercado noturno de Duong Dong: Ótimo pra comer frutos do mar frescos, provar pratos locais e comprar lembrancinhas sem gastar muito.
Pôr do sol no Rock Sunset Island Bar: Um bar no meio do mar, literalmente numa ilhota. O barco pra lá sai do porto e é bem turístico, mas o visual vale a pena.
Vinpearl Safari ou Parque de Diversões: Se estiver com tempo de sobra e curtir esse tipo de rolê mais estruturado, pode ser uma opção diferente — embora mais voltada pra famílias e crianças.
Se tiver tempo:
Trilha no Parque Nacional de Phu Quoc
Fábrica de molho de peixe (Nuoc Mam) – é fedida, mas é parte da cultura local.
Ilhotas do sul (An Thoi) – dá pra fazer passeio de barco e mergulho com snorkel.
Há quem diga que Cat Ba é a versão pé no chão de Halong Bay — mais barata, mais tranquila e com paisagens tão incríveis quanto. É um ótimo ponto de base pra explorar Lan Ha Bay e o lado mais roots da região. Alugue uma scooter e rode pela ilha.
O que fazer:
Tour de um dia por Ha Long + Lan Ha Bay: Inclui parada pra caiaque entre as ilhotas, almoço e tempo pra nadar. Dá pra fechar direto nos hostels ou nas agências da rua principal.
Overnight Cruise (opcional): Se tiver tempo e quiser investir um pouco mais, os cruzeiros de uma noite saindo de Cat Ba são mais acessíveis do que os de Ha Long direto — e muito mais autênticos. Você dorme no barco em meio às formações rochosas.
Trekking no Parque Nacional de Cat Ba: A trilha até o Ngu Lam Peak é curta, mas com uma vista absurda. Dá pra esticar até a Aldeia Viet Hai, se quiser um dia inteiro de trilha.
Hospital Cave: Uma caverna-hospital usada durante a Guerra do Vietnã, com corredores claustrofóbicos e história pesada.
Praias Cat Co 1, 2 e 3: Cada uma com sua vibe. Dá pra caminhar entre elas pela trilha costeira. Cat Co 2 costuma ser a mais tranquila.
Pôr do sol no Cannon Fort: Vista panorâmica das baías e ilhotas. Ótimo pra encerrar o dia com uma cerveja na mão.
Recomendações de hospedagem: Buffalo Hostel – boa localização, clima social e ótimo custo-benefício. Ótimo pra conhecer outros viajantes.
Outras boas opções I Luna’s House Hostel – simples, limpo, café da manhã incluído. I Catba Central Hostel – vibe animada, com bar e área comum.
Caótica, histórica e viciante. Hanoi é aquele tipo de cidade que te joga no meio da cultura local sem pedir licença — e é aí que mora seu charme. Perfeita pra quem gosta de flanar, comer bem e absorver história em cada esquina.
Precisa conhecer:
Templo da Literatura – um dos lugares mais bonitos de Hanoi, dedicado a Confúcio e à tradição acadêmica vietnamita.
Hoa Lo Prison (Maison Centrale) – prisão colonial francesa, com uma narrativa pesada sobre os tempos de guerra.
Museu da Mulher Vietnamita – surpreendente, sensível e muito bem curado. Mostra o papel das mulheres na cultura e história local.
Water Puppet Show – tradicional teatro de marionetes sobre a água. Vale a experiência, mesmo se você não entender tudo.
Train Street – a famosa rua em que o trem passa pertíssimo das casas. Hoje só é possível acessar por dentro de restaurantes autorizados, e a polícia realmente barra quem tenta burlar. Ou seja, você não vai conseguir entrar sem consumir nada.
Pra comer:
Banh Mi 25 – o clássico Banh Mi da cidade. Barato, rápido e delicioso.
Pho 10 – talvez o pho mais conhecido da cidade. Vai ter fila, mas é rápido.
Era Restaurant – comida vietnamita bem apresentada, ótima se quiser uma refeição mais completa.
Madam Tram Restaurant – um lugar com atmosfera local e menu variado. Ótimo custo-benefício.
Hoang Restaurant – mais escondido, mas vale a visita se quiser evitar lugares muito turísticos.
Cafés:
Cafe Giang – onde nasceu o egg coffee. Textura cremosa, doce e totalmente diferente de qualquer café que você já tomou.
Note Cafe – paredes cobertas por post-its de visitantes do mundo inteiro. Boa vibe, café honesto.
Também vale explorar o Hidden Gem Coffee, todo feito com materiais reciclados e vibe underground.
Vida noturna:
Beer Street (Ta Hien) – movimentada, caótica, cheia de gente sentada em banquinhos de plástico tomando Bia Hoi (cerveja local baratíssima). Ótimo lugar pra observar ou se jogar no caos.
Polite & Co – bar de coquetéis mais sofisticado, se quiser fugir da muvuca.
Extras:
Lago Hoan Kiem – ideal pra caminhar no fim da tarde. O templo no meio do lago é pequeno, mas bonito.
B52 Lake – um pedaço de avião americano abatido durante a guerra, ainda cravado no lago.
Hanoi Ceramic Mosaic Mural – mural de cerâmica que se estende por vários quilômetros. Não é turístico, mas é fotogênico e curioso.
Recomendações de hospedagem: Buffalo Hostel – boa localização, clima social e ótimo custo-benefício. Ótimo pra conhecer outros viajantes.
Outras boas opções I Luna’s House Hostel – simples, limpo, café da manhã incluído. I Catba Central Hostel – vibe animada, com bar e área comum.
Arrozais em degraus, trilhas entre montanhas, vilarejos étnicos e uma neblina quase constante. Sapa fica no norte do Vietnã, perto da fronteira com a China, e é um destino muito buscado por quem curte natureza e caminhadas. Um dos meus lugares favoritos <3 Faz MUITO frio então chegue preparado – comprei um casaco em Da Lat por $5 dólares e salvou minha vida.
Precisa conhecer:
Trekking com guia local, passando pelos vilarejos Hmong, Dao e outros. Eu fiz um de dois dias e valeu muito a pena. Passamos por muitas paisagens e campos de arroz e dormimos na casa da guia (um tipo de escola para as crianças aprenderem inglês também) e foi bem divertido.
Cat Cat Village – bem turística, mas dá pra ter uma ideia das tradições.
Banho de ervas medicinais – típico das mulheres da etnia Dao Vermelha.
Teleférico para o Fansipan – o ponto mais alto do Vietnã. Dica: confira o tempo antes, senão você só vai ver nuvem.
Cafés com vista – vários no caminho para os vilarejos, com paisagens incríveis (em dias claros).
Se sobrar tempo:
Mercado local de Sapa – para ver (e provar) ingredientes e comidas da região.
Silver Waterfall e Love Waterfall – se o tempo estiver bom, vale a visita.
Recomendações de hospedagem: Buffalo Hostel – boa localização, clima social e ótimo custo-benefício. Ótimo pra conhecer outros viajantes.
Outras boas opções I Luna’s House Hostel – simples, limpo, café da manhã incluído. I Catba Central Hostel – vibe animada, com bar e área comum.
Uma das experiências mais inesquecíveis do Vietnã — e também das mais intensas. O Ha Giang Loop é um circuito pelas montanhas do norte do país, feito geralmente de moto (ou na garupa de um guia). A paisagem mistura cânions, vales dramáticos, curvas fechadas e vilarejos que parecem ter parado no tempo.
Há pacotes de 2, 3 ou 4 noites, variando conforme o tempo e o seu fôlego. O mais comum é o de 3 noites, que equilibra bem estrada e pausas para aproveitar os lugares. O de 2 noites é mais corrido, e o de 4 costuma atrair quem quer ir com mais calma ou parar em povoados menos turísticos.
Se quiser entender melhor os trajetos, as paradas, o que levar na mochila e o que esperar da experiência, estou preparando um post só sobre isso.